Mensagem Bíblica: Provérbios 15:33 | Noções de Direito / Wilton Moreira da Silva Filho - 23h2219/6/2024
Retorno à página que integra o site, após um período de bastante aprendizado, percalços, fé, gratidão e sabedoria, decorrentes do dia a dia de um cara comum, que escreve este singelo texto.
Nos últimos meses, deparei com conhecimento que não se adquire em sala de aula: estive fora de sala de aula, para onde um dia eu desejo voltar. Nunca é tarde! Sala de aula, onde sempre estive e estarei na condição de aprendiz. Conheci, de perto, olhares e atos decorrentes da alma e do coração e também revisitei instantes memoráveis da minha vida, entre tantos outros! Caminhei em outras estradas, estive perto da mata. Conheci, com bastante alegria, o que é uma venda de garagem e compreendi a importância de cada olhar, de cada ato. Olhares e atos são reveladores de índole, de caráter, de formação, muitas vezes traduzem - eloquentemente - o mais profundo sofrimento da alma, e eu aprendi a estender a mão a quem está em situação de naufrágio ou, à semelhança de um fuzileiro emboscado em sua trincheira, que precisa ser extraído do local hostil por outra equipe. Eu aprendi e sempre quis ajudar àqueles que solicitam a mim uma opinião ou apenas a minha presença ou voz, ou seja, apenas a minha presença, e não peças processuais, pois os pareceres, p. exemplo, são documentos feitos por doutos, por especialistas, mestres, doutores e pós-doutores, e eu não tenho estes títulos, mas vários doutos têm o meu respeito e admiração, especialmente quando o elemento humildade está presente em suas práticas, assim como tem o meu respeito e admiração quem coloca a mão na terra, planta, cria galinhas, é engenheiro aeronáutico, físico, médico, pedagogo, mecânico de avião ou jardineiro. Retorno à página, e esta revisitação é elemento formativo de um conjunto de instantes que permanecerão para todo o sempre em minha memória, em meu coração. Rememoro assuntos outros, sem a preocupação da coesão textual ou com a norma padrão. Apenas escrevo. Volto à Praça Gogó da Ema, em Ponta Verde, para a qual íamos de mãos dadas. Lá, nem sempre conversávamos: às vezes eu mergulhava em seus olhos da cor do mar e sabia que ela havia tido um dia difícil, associado a atos de colegas de trabalho, mas logo pedia que ela pronunciasse algumas palavras, como "correios", e ela também o fazia comigo e ela já começava a rir. A brincadeira dos sotaques afastava dela a aridez do dia, e a mim fazia muito bem. A simplicidade da brincadeira arrancava dela um sorriso, que era o meu presente - seguido de um abraço. Deus honrou a sua humildade e hoje não há perseguição no trabalho. Neste retrospecto de olhares e atos, sou conduzido também a outra fase, a outra época, a outra pessoa, aos passeios pela orla de Maceió, aos bancos de praças, no qual conversava com uma amável amiga. Costumávamos, quando de ausências de professores do curso preparatório, buscar praças para conversar. Lá, conversávamos sobre tantos assuntos da vida! Era muito legal. Deparava-me, sempre, com a sua humildade, com a sua inteligência, ética e, principalmente, com a sua capacidade de remeter o bem ao próximo. A sua beleza interior era maior ainda do que a sua pele morena e seus olhos da cor de jabuticaba. Seus cabelos enegrecidos eram muito belos. Conversávamos sobre a beleza da humildade, da união, das coisas simples da vida e da fraternidade daqueles idosos que jogavam, ao lado de uma banca de revistas, numa transversal da Sandoval Arroxelas, à tardezinha. Percebíamos o acolhimento, o respeito, a preocupação de cada um quando um do grupo faltava à reunião de amigos: todos ficavam preocupados e já sacavam o celular do bolso, a fim de saber se estava tudo okay. Certo dia, fui presenteado com uma sacola com milhões de cocadas produzidas no estado em que a moça nasceu. Lembrar-se de mim, quando viajava para ver sua mãe, era um presente. Aquele ato e o seu olhar, eu costumava dizer, a autorizavam a levar meu caderno para casa, para tirar cópia, e a gente ria bastante. Quando não era na praça, era na Jatiúca, um bairro muito belo, cuja praia tem o mesmo nome. Ela pedia que eu retirasse as botas, deitasse e apoiasse a cabeça em suas pernas. Eu acolhia o pedido e olhava os coqueiros da praia, as estrelas no céu, enquanto respondia às perguntas que ela fazia. As pessoas passavam caminhando ou correndo e ficavam olhando a cena, mas não sabiam o teor da conversa, se abordávamos os desertos, as alegrias, a distância que se aproximava, representada pelo "até breve!" (ela voltaria para seu estado) ou se falávamos da vida simples e bela do meio rural, onde ela havia nascido. Estes falantes, entre olhares e atos, sempre abordavam uma temática que se aproximava da humildade, do cuidado e atenção remetidos ao próximo. Noutra fase da minha vida, mas no mesmo contexto de olhares e atos humanizados, recordo-me do interior de São Paulo. De Piracicaba. Dos passeios à noite, da Ponte Pênsil, da beleza arquitetônica do Engenho Central, mas o mais legal era a humildade dos passeios e de quem nos atendia numa lanchonete. Eu sempre dizia, diante do convite realizado, que gostava mesmo era de "passaporte", e explicava a ela o que era passaporte. Quando estávamos lá, preferia passaporte a outro alimento. Queria sanduíche de verdade, e não o sushi e o vinho oferecidos, que são maravilhosos também. A humildade antecede a honra. Precede a honra... Fui testemunha de suas lágrimas relacionadas a humilhações do passado, dos seus relatos. E também da sua vitória. De alguma forma, eu dizia que tudo iria ficar muito bem, que "há tempo pra tudo". Parece que o elemento acolhimento sempre estava presente nas palavras e atos. Havia pausas de reflexão, durante um silêncio eloquente. Parece que a palavra curava como um fármaco, como um ato médico. A palavra cura. Palavra e olhar são mãos estendidas que salvam náufrago de mar revolto, e como é bom o mar revolto, como é bom atravessar desertos: as condições adversas, além de fortalecerem o ente humano, são elementos que o conduzem a entender a realidade do próximo, a proteger aquele que se encontra no chão, na mansão ou sobre o - para muitos - isolante térmico de papelão, colocado em calçada de empresa, por quem não tem abrigo para dormir. Já muito recentemente, liguei para uma guerreira, para uma mulher muito esforçada, com histórico de embolia pulmonar, violência doméstica, queda da própria altura, lesão traumática na região do tornozelo, assédio processual, ausência do ente estatal e humilhações, para saber como ela estava, e ela falou: "Wiltinho, que bom que você ligou, que bom que você foi treinar! - eu já estava com o nariz quase tocando o chão, e esta notícia foi uma mão que me segurou e me levantou. Muito obrigada! Que felicidade!". Em seguida, eu disse que estava chovendo muito, mas decidi ir porque entendi que a chuva e o vento fortes não iriam atrapalhar o meu treino. Foi o melhor treinamento da minha vida. Desde os dez anos de idade eu gosto deste treino, eu amo este treino. Há muita energia no treinamento, há princípios que de fato devem ser observados com um tanto de acurácia, precisão. O tempo pode estar desfavorável, mas quando eu transponho as portinhas do local, sinto-me em casa. Na semana em que iria apresentar à minha numericamente pequena família a possibilidade de benefícios (o direito à felicidade, o direito de não ser ofendido, de ninguém aqui ser alvo de ser perverso, de ter mais dedicação do Estado - e registro a minha gratidão àqueles e aquelas que fazem, imparcialmente, a diferença), de deixar esta trincheira, o nosso abrigo, a unidade federativa em que nascemos e na qual há pessoas que nos amam, preparadas e prontas para o sincero e honesto diálogo, a partir da inteligência, ou para a guerra (recuando, e não vociferando), e irmos para outro Estado (o melhor lugar para morar é aquele em que não apenas somos felizes, mas temos paz), reencontrei o dono do estabelecimento do citado treino, que costuma nele permanecer pela manhã. Fazia vários anos que não o via. Era uma tarde e ele estava lá, o dono da firma, com a mesma fisionomia, de olhar humanizado (e extremamente observador), educação, integridade, caráter, inteligência, cortesia, enfim, com os mesmos princípios e valores que desde 2012, quando o conheci numa conversa informal e conversamos sobre vários esportes, sobre os benefícios da atividade física e sobre, invariavelmente, veículos. Naquela tarde, ao lado de sua esposa e de alguns amigos, ele me convidou para entrar no local de treinamento, em sua sala. Tomamos um cafezinho. Gosto de um cafezinho com bolo de padaria. Naquela tarde, eu iria completar o pagamento de uma pequena mochila de nylon, que havia reservado há um mês, numa loja no mesmo bairro, e também dizer ao pessoal da loja que iríamos deixar Maceió, mas que o número do telefone continuaria o mesmo, assim como qualquer outro contato. A arquitetura do destino, de fato, cancelou o bilhete de passagem de retirada. Naquela tarde, O Príncipe da Paz, Senhor dos Exércitos, ordenou que em meu nome a minha numericamente pequena família fosse honrada. E fomos honrados. A ordem de permanência emanou de Deus. Naquele instante, percebi que todas as portas fechadas com força na minha cara haviam sido operadas por pessoas desprovidas de sabedoria e humildade. Esta foi a minha percepção. Grandiosas em seus cargos/funções, mas sem o elemento humildade, que precede/antecede a honra, passam a não ter a minha admiração. Fui recebido e tratado como nunca fui aqui em Maceió. Eu, que iria pagar uma bolsa de nylon nas proximidades, tratado fui, sem exagero ou ficção, como se fosse chefe de estado e de governo. Poucos dias depois, uma amiga mineira, que mora em meu coração, me enviou uma bela mensagem bíblica, sem saber que naquela madrugada em que ela fazia orações, estávamos também orando por outra pessoa, num período de um caso concreto relacionado a pessoas maliciosas, de má índole, mas identificadas com precisão. Comentei que a minha família precisava mesmo daquela mensagem e que aquela oração foi decisão de Deus. Aquela madrugada sempre será lembrada. E ela também. No emaranhado de acontecimentos dessa época, encontrei uma dedicatória em um livro, não de um livro, mas entre as páginas de um livro, solta, escrita por uma amiga com formação na área da saúde e do direito. E quanto à sua formação moral, afirmo que se trata de uma pessoa de um coração imenso, com vocação a atender com muita dignidade a população menos favorecida. A Arquitetura do Universo corroborou a nossa permanência aqui. Somos pacíficos e muito pacientes, mas sabemos nos defender (recuar e evitar conflito não torna o ente humano um covarde, mas sim uma pessoa inteligente, com sabedoria). Tentamos compreender a realidade do próximo que nos ataca, que se intitula inimigo "de graça", "a troco de nada", que age de modo temerário, fraudulento, que se vê pomposamente no espelho, que calunia e difama, que tenta intimidar por meio do do grito e da ameaça (quando está com amigos patrocinados), tendo como vetor a sua formação, a sua base familiar, sem realizar pré-julgamentos. Creio eu que temerário é tentar intimidar quem evita conflitos, quem busca a paz, quem é paciente e perseverante, principalmente quando esta pessoa tem suas raízes no Sertão de Alagoas (povo trabalhador e destemido, que cuida, auxilia a família e o próximo, que é fraterno como os nossos irmãos que recentemente perderam tudo no Sul, menos a dignidade e o respeito, a grandiosa capacidade de remeter o bem ao próximo), tem o sangue do sertanejo nas veias, e não as mãos e o dinheiro sujos de sangue de inocente. Assim, não deixamos a nossa casa, a nossa cidade, pautados na certeza de que além de olhares e atos decorrentes do coração, há gestos cujas fundações estão alicerçadas na rocha, na fraternidade, e permanecerão para sempre em nossa memória e pelos quais seremos eternamente gratos, pois "Nem tudo está perdido, sempre haverá esperança", como fala minha mãe, que tanto amo. Há pessoas agraciadas por Deus, que nos estendem a mão, sem nada cobrar. Obrigado por visitar esta singela página! Seja muito bem-vindo(a) - sempre! Deus o(a) abençoe imensamente. Espero que tenha gostado do texto e do versículo contido em Provérbios 15:33. Com o meu respeito e gratidão, Wilton http://wiltonmoreira.com.br
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AUTOR:Wilton Moreira da Silva Filho ARQUIVOS
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