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O preconceito social e o sonho impossível | por Wilton Moreira da Silva Filho - 23h44

5/5/2022

 
SONHO IMPOSSÍVEL
(Chico Buarque)


Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer
O inimigo invencível
Negar
Quando a regra é vender
Sofrer
A tortura implacável
Romper
A incabível prisão
Voar
Num limite improvável
Tocar
O inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão


FONTE: Internet. Disponível em <https://www.letras.mus.br/chico-buarque/86054/>. Acesso em: 5.5.2022.


Prezado(a) visitante, saudações. 


Seja bem-vindo(a) ao blog - hoje e em qualquer tempo dentro daquele em que nossa página estiver operante, tudo bem? 


É sempre uma honra receber a sua visita. Conquanto este espaço caseiro traduza apenas uma página básica, sem divulgação,   sem intuito de lucro, feita de modo artesanal mesmo, toda vez que eu sento à mesinha de estudo, levanto a tampa do laptop e, depois de tomar um pouco de café, faço uma busca simples na internet, preponderantemente, no site do Superior Tribunal de Justiça (lá você encontra um conteúdo completo, muito enriquecedor e bem sistematizado mesmo, com coleções de julgados, súmulas, página de notícias extremamente atualizada etc.), eu sinto a alegria de poder contribuir, de algum modo, em sua pesquisa. 


O blog nasceu para isto: remeter o bem - a partir da tentativa de garimpar um precedente, da postagem de uma mensagem bíblica, de um fato que merece ser registrado neste espaço ou, até mesmo, a partir da belíssima mensagem que envolve um misto de fé, integridade, resiliência, força, de não se render em hipótese alguma, de combater o bom combate, de saber ganhar e de saber perder, de propósitos, de paixão, de não sofrer calado - de combater, ainda que em notável desvantagem numérica, o bom combate.


Dedico Sonho Impossível, canção associada à grandiosa obra de Miguel de Cervantes, denominada Dom Quixote, ao(à) prezado(a) leitor(a), a quem mais uma vez cumprimento e reitero as boas-vindas, meu respeito e minha gratidão. Respeito e consideração. Sem intuito bajulatório.


Hoje, de fato, eu preciso estabelecer uma prosa, um bate-papo, uma comunicação com você. Hoje, não há postagem sobre precedentes de tribunais que que abrem suas portas e dão a todos o acesso à Justiça, formando, criando, gerando, a partir das suas decisões, a norma jurídica. Hoje, há precedentes diferentes a citar: de respeito, de consideração, de amor, de gratidão. Por outro lado - e eu não tenho constrangimento em dizer - há precedentes de percepções de racismo e segregação.

O(a) leitor(a) deve ter observado que o substrato do blog, página que integra o site, nesta postagem, foi adubado, recebeu fertilizantes orgânicos, assumiu outro aspecto: apresenta o que as raízes, o sistema radicular de um blog precisa, que é receber nutrientes, ser alimentado, ser um diário, contar coisas da vida, compartilhar vivências, assim como faziam os primeiros blogs: eram verdadeiros diários. 



Por conseguinte, eu quero dizer neste diário que hoje eu tive duas grandes alegrias. Recebi a visita de uma grande amiga, a quem tanto desejo o bem. Ela veio trazer um presente para minha mãe, que tanto amo. Ela me entregou em mão uma caixa hexagonal, com doces, com uma foto minha - ao lado da minha mãe - e diversas mensagens, entre as quais uma incontestável: A melhor mãe do mundo, em minha realidade. 


A conversa durou poucos minutos. A Minha gratidão pelo gesto jamais perecerá. Desejei que Deus a retribuísse e agradeci. Após o até-logo, abruptamente escuto uma pergunta e surge outro diálogo: - Wiltinho, por que você não volta por aqui? Eu já havia realizado umas tarefas domésticas, consumido uns memes da internet (a gente tem que viver, tem que consumir meme, assistir a um filme, fazer caminhada, correr, comer um bolo, uma pizza, pilotar a moto na rodovia num mini passeio, namorar, tomar um café, um drink - para quem gosta e não vai colocar em risco a vida, a saúde, o trânsito -, enfim, eu já havia consumido meme da internet e café. Meme e café). 


Nesse momento da pergunta, eu adotei a mesma conduta do dia a dia, a mesma sinceridade na qual sempre pautei e pauto a minha vida, mas tive que responder baseado, pelo menos, nos 50% de assédio moral sofridos e atravessados na garganta, enquanto morador do local. Os outros aproximadamente dez anos, na mesma moradia, foram melhores. Com relação ao elemento sinceridade na resposta, recordo-me até do primeiro escritório jurídico no qual eu trabalhei, mais especificamente do feedback que recebi numa tarde em que o exímio advogado criminalista, após ler uma anotação minha - com sugestões de alterações - que eu havia realizado, quando incumbido de revisar uma petição cível. Ele se aproximou e disse, com a mão sobre meu ombro: “Wiltinho, eu gosto disso! Você não fica balançando a cabeça e dizendo sim, e concordando sempre, sempre dizendo que a petição está ótima, você dá sugestões, revisa in totum” - ele usava bastante esta expressão latina e entendi que ele quis dizer que eu lia a petição redigida por outro(a) colega e quebrava a cabeça na parte mais técnica da inicial, que é aquela que contém os pedidos.


Pois bem. Voltando à pergunta sobre o percurso, sobre o retorno para o apartamento, o “porquê” do caminho escolhido, de não retornar pela seletiva recepção e usar o “elevador social” - a pergunta se referia a isto -, eu, com a mesma sinceridade, respondi o que foi chancelado velada e expressamente por moradores do prédio, numa reunião ordinária: “Esse caminho é para a elite”, eu disse, e expus os fatos pelos quais entendia que aquele outro caminho de volta para casa estava relegado a mim.


E sobre alegrias? E sobre as alegrias citadas? Incontestavelmente, a lembrança, o significado daquele presente artesanal do Dia das Mães constitui indubitavelmente uma alegria, é acreditar no sonho impossível, de Cervantes! É amar, e não segregar. É “vencer o inimigo invencível”, é - com resiliência - não se importar com “quantas guerras terei que vencer por um pouco de paz”.  Num contexto de paradoxos, outra recordação muito bela foi relembrar a época em que eu estudava numa escola de Inglês e havia um painel na parede com a letra de uma canção que, em síntese, dizia: “Deixe estar”. Esta memória é reativada como elemento de fé, e não de pagamento com a mesma moeda, com a indiferença, ou seja, e não como elemento bloqueador de perdão. Eu gostava de traduzir aquela canção, parecia uma mensagem, sabe? Um grito de guerra. Aquilo gerava força quando eu chegava cansado. Tempos incríveis! Educadores por excelência, assim como aqueles da minha primeira e única escola, que acreditaram em mim e hoje e sempre honrarei o lema Educação e Cidadania.  


Quem pensa que por ter pilares revestidos de aço, poder político, por fazer cara de brabo ou por ter um batalhão pronto para atender aos seus interesses intimida uma numericamente pequena família, está enganado, principalmente quando as raízes da numericamente pequena família são sertanejas (fortes e adubadas) e um membro dela já bloqueou, com coragem, possíveis “arrastões”, evitando, dessa forma, por várias vezes, a prática de possíveis delitos, enquanto a elite dormia. Está aí uma das vantagens do café! 


Desse modo, é fato (a gente não deve chegar ao ápice da ingenuidade): muitos detentores de poder na sociedade hodierna podem até - de modo dissuasório - em um primeiro momento, não demonstrar, hialianamente, o seu preconceito social, mas a verdade é que ainda predomina, de forma velada, nas sociedades atuais, a segregação, o racismo, o etnocentrismo, as práticas de injustiça, a não oitiva do outro, a não compreensão, mas assim como em “Sonho impossível”, “não me importa saber se é terrível demais quantas guerras terei que vencer por um pouco de paz”, pois nosso pilar é a fé em Jesus Cristo, que sempre está ao nosso lado.

Assim, a gente não retrocede, a gente não se rende, a gente pega a pá e cava trincheira, se for necessário, aceita declaração de guerra, conquanto pacatos e humildes cidadãos, mas calar diante de injustiça, a gente não cala. Para toda ação existe uma reação. Bora. 



Wilton Moreira da Silva Filho
http://wiltonmoreira.com.br
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